Sobreiro
O
sobreiro, sovereiro, chaparro ou sobro (Quercus suber L.) é uma árvore
da família Fagaceae originária do sul da Europa e do norte de África.
O
nome do género Quercus deriva do termo celta quercuez que
significa bonita árvore e
o
da espécie, suber, vem do latim suber que era o nome que naquela
língua se dava à cortiça.
Nativo
de Portugal continental, existe tanto a Norte como a Sul, nomeadamente no
Alentejo, onde aparece como árvore isolada.
Em
Portugal, há muitos sobreiros classificados como árvores monumentais, sendo o
mais conhecido o sobreiro Assobiador que se encontra na aldeia de Águas de
Moura, no concelho de Palmela, que é considerado o mais velho (estima-se que
tem uma idade aproximada de 234 anos) e maior sobreiro do mundo (cerca de 30 m
de diâmetro de copa e cerca de 17 m de altura) pelo Livro de Recordes do
Guinness e foi eleito como Árvore Europeia de 2018.
Desconhece-se
a data da chegada do primeiro sobreiro aos Açores. Sobre a sua presença no
nosso arquipélago sabe-se que já existia na primavera de 1856 no Jardim José do
Canto, em Ponta Delgada.
Sobre
a sua abundância, o regente agrícola Silvano Pereira, num texto intitulado
“Principais plantas cultivadas e espontâneas nos Açores”, publicado em 1953, no
Boletim da Comissão Reguladora do Arquipélago dos Açores, escreveu que era uma
“árvore cultivada (rara).”
Na
ilha de São Miguel, onde não existem muitos exemplares, a planta é usada com
fins ornamentais, podendo ser observada no Jardim António Borges e no Jardim
Botânico José do Canto, em Ponta Delgada, no Parque Terra Nostra, nas Furnas,
no Quintal Etnográfico, na Ribeira Chã, e na Mata do Dr. Fraga, na Maia.
O
sobreiro foi uma árvore protegida, desde muito cedo, datando de 1546 a
proibição do seu corte e uso para o fabrico de carvão e das suas cinzas nas
saboarias do Ribatejo. Dado os seus valores económicos e ecológicos, o
sobreiro, por Resolução da Assembleia da República, datada de 22 de dezembro de
2011, foi declarado Árvore Nacional de Portugal.
O sobreiro é uma árvore de
folha persistente, de copa mais larga do que alta, de crescimento lento e
grande longevidade, distinguindo-se pela sua casca grossa gretada e rugosa, a
cortiça, de que Portugal é o maior produtor mundial.
De grande valor ecológico, é
resiliente ao fogo e abrigo e fonte de alimento para várias espécies animais, o
sobreiro é também de grande importância económica não só pela cortiça que
fornece, mas também pela sua madeira, que é usada em marcenaria, e pelas
bolotas que eram usadas na alimentação de porcos e também consumidas. pelos
humanos.
Na altura dos Descobrimentos,
a madeira de sobreiro foi usada na construção naval, sobretudo nos cascos das
naus e caravelas.
As folhas dos
sobreiros são um pouco coriáceas, de forma ovado-lanceoladas e apresentam as
margens ligeiramente dentadas. A sua página superior é glabra e a inferior apresenta
pelos curtos acinzentados. As flores dos sobreiros são poucos notórias e surgem
nos meses de abril, maio e junho. Os frutos, as bolotas, são glandes, ricas em
amido, açucares e gorduras e têm a época de maturação de setembro a janeiro.
O sobreiro
propaga-se muito bem por sementes. Segundo Saraiva (2020) “as bolotas perdem
rapidamente a viabilidade (capacidade de germinação), pelo que devem ser
semeadas tão cedo quanto possível, ou então devem ser estratificadas a
temperaturas de 0 a 2ºC e plantadas na primavera seguinte.”
Sem comentários:
Enviar um comentário