quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Sobreiro

 


Sobreiro

 

O sobreiro, sovereiro, chaparro ou sobro (Quercus suber L.) é uma árvore da família Fagaceae originária do sul da Europa e do norte de África.

 

O nome do género Quercus deriva do termo celta quercuez que significa bonita árvore e

o da espécie, suber, vem do latim suber que era o nome que naquela língua se dava à cortiça.

 

Nativo de Portugal continental, existe tanto a Norte como a Sul, nomeadamente no Alentejo, onde aparece como árvore isolada.

 

Em Portugal, há muitos sobreiros classificados como árvores monumentais, sendo o mais conhecido o sobreiro Assobiador que se encontra na aldeia de Águas de Moura, no concelho de Palmela, que é considerado o mais velho (estima-se que tem uma idade aproximada de 234 anos) e maior sobreiro do mundo (cerca de 30 m de diâmetro de copa e cerca de 17 m de altura) pelo Livro de Recordes do Guinness e foi eleito como Árvore Europeia de 2018.

 

Desconhece-se a data da chegada do primeiro sobreiro aos Açores. Sobre a sua presença no nosso arquipélago sabe-se que já existia na primavera de 1856 no Jardim José do Canto, em Ponta Delgada. 

 

Sobre a sua abundância, o regente agrícola Silvano Pereira, num texto intitulado “Principais plantas cultivadas e espontâneas nos Açores”, publicado em 1953, no Boletim da Comissão Reguladora do Arquipélago dos Açores, escreveu que era uma “árvore cultivada (rara).”

 

Na ilha de São Miguel, onde não existem muitos exemplares, a planta é usada com fins ornamentais, podendo ser observada no Jardim António Borges e no Jardim Botânico José do Canto, em Ponta Delgada, no Parque Terra Nostra, nas Furnas, no Quintal Etnográfico, na Ribeira Chã, e na Mata do Dr. Fraga, na Maia.

 

O sobreiro foi uma árvore protegida, desde muito cedo, datando de 1546 a proibição do seu corte e uso para o fabrico de carvão e das suas cinzas nas saboarias do Ribatejo. Dado os seus valores económicos e ecológicos, o sobreiro, por Resolução da Assembleia da República, datada de 22 de dezembro de 2011, foi declarado Árvore Nacional de Portugal.

 

O sobreiro é uma árvore de folha persistente, de copa mais larga do que alta, de crescimento lento e grande longevidade, distinguindo-se pela sua casca grossa gretada e rugosa, a cortiça, de que Portugal é o maior produtor mundial.

 

De grande valor ecológico, é resiliente ao fogo e abrigo e fonte de alimento para várias espécies animais, o sobreiro é também de grande importância económica não só pela cortiça que fornece, mas também pela sua madeira, que é usada em marcenaria, e pelas bolotas que eram usadas na alimentação de porcos e também consumidas. pelos humanos.

 

Na altura dos Descobrimentos, a madeira de sobreiro foi usada na construção naval, sobretudo nos cascos das naus e caravelas.

 

As folhas dos sobreiros são um pouco coriáceas, de forma ovado-lanceoladas e apresentam as margens ligeiramente dentadas. A sua página superior é glabra e a inferior apresenta pelos curtos acinzentados. As flores dos sobreiros são poucos notórias e surgem nos meses de abril, maio e junho. Os frutos, as bolotas, são glandes, ricas em amido, açucares e gorduras e têm a época de maturação de setembro a janeiro.

 

O sobreiro propaga-se muito bem por sementes. Segundo Saraiva (2020) “as bolotas perdem rapidamente a viabilidade (capacidade de germinação), pelo que devem ser semeadas tão cedo quanto possível, ou então devem ser estratificadas a temperaturas de 0 a 2ºC e plantadas na primavera seguinte.”

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