Nolina longifólia (Karw. Ex Schult. & Schult. f.) Hemsl.
Nome comum- Nolina
Origem- México
Local- Jardim António Borges
26 de março de 2021
Nolina longifólia (Karw. Ex Schult. & Schult. f.) Hemsl.
Nome comum- Nolina
Origem- México
Local- Jardim António Borges
26 de março de 2021
Juniperus communis L. ‘Hibernica’
Nome comum- Zimbro-da-Irlanda
Família- Cupressaceae
Origem- Hortícola
Local- Jardim António Borges
26 de março de 2021
Juniperus horizontalis Moench
Nome comum- Zimbro rastejante
Fanília- Cupressaceae
Origem- América do Norte
Local- Jardim António Borges
26 de março de 2021
Chlorophytum comosum (Thumb.) Jacques
Nome comum- Fitinhas
Família- Asparagaceae
Origem- África do Sul
Local- Jardim António Borges
26 de março de 2021
Com os pés na terra (497)
As plantas da Escola Secundária das Laranjeiras
A Escola Secundária das Laranjeiras foi criada, pelo Decreto Regulamentar Regional nº 6-A/86/A, para responder ao aumento progressivo da população escolar e entrou em funcionamento no ano letivo 1986-87.
Com espaços exteriores ajardinados e com uma horta que ocupa uma área com cerca de dois alqueires, a Escola das Laranjeiras tem procurado tirar partido das condições excecionais que possui para formar e informar a comunidade escolar não só no que diz respeito às disciplinas mais ligadas à natureza, como a ciências naturais, a biologia, as ciências agrárias e a jardinagem, mas também para trabalhar valores como a responsabilidade, a cooperação e a autonomia, podendo inspirar mudanças de comportamentos imprescindíveis para tornar a Terra mais sustentável.
Ao longo dos anos, muito trabalho tem sido feito, contudo mais recentemente os docentes passaram a tirar mais partido dos espaços verdes, através da implementação de um conjunto de ações em que as árvores e as demais plantas são recursos imprescindíveis. Assim, este ano está a ser implementado no âmbito do Clube de Hortofloricultura, do Projeto Eco Escolas e por algumas turmas, como as A e B do 8º ano e H do 11º ano de escolaridade, no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, o projeto “Adote uma Árvore”
O projeto “Adote uma árvore” tem como objetivos principais conhecer a importância das árvores para os ecossistemas e para a vida na Terra e colaborar no esforço de valorização dos espaços verdes da Escola. No âmbito deste projeto cada aluno seleciona uma árvore, fotografa-a em diferentes épocas do ano, faz uma pesquisa sobre a planta tendo em consideração os seguintes itens: designação científica, nome ou nomes comuns, família, origem/distribuição geográfica, algumas características do caule, das folhas, das flores e do frutos e utilização da planta. Também poderá haver o envolvimento dos alunos na criação e limpeza da caldeira da planta que escolheu.
Embora a inventariação não esteja concluída, não considerando as plantas cultivadas na Horta Pedagógica, o número de espécies vegetais existentes na Escola Secundária das Laranjeiras ultrapassa as seis dezenas. Não contando com as herbáceas, até ao momento já foram identificadas 35 árvores, 14 arbustos e 3 trepadeiras.
Com origem nos vários continentes, a maioria das plantas da Escola Secundária das Laranjeiras provém da Ásia (30%), da América (27%), da Oceânia (Austrália) (12%), da África (4%) e dos Açores há 9 espécies, o que corresponde a cerca de 17 %.
Das plantas dos Açores, estão presentes, o cedro-do-mato (Juniperus brevifolia), que outrora foi usado na construção de igrejas, conventos e barcos, o folhado (Viburnum treleasse), cuja madeira era usada no fabrico de alfaias agrícolas, o pau branco (Picconia azorica), usado na construção de carros, a ginjeira-do-mato (Prunus azorica), o sanguinho (Frangula azorica) e o azevinho (Ilex azorica), produtores de madeiras que eram usadas em obras de marcenaria, a urze (Erica azorica) usada em tinturaria para a obtenção do verde e no fabrico de vassouras, o louro (Laurus azorica), de cujas bagas se extraiu um óleo que foi usado na iluminação e no tratamento de feridas do gado e da sua madeira eram feitas charruas e cangas para as juntas de bois, e a faia (Morella faya), usada, ainda hoje, em sebes.
No que diz respeito às utilizações, as plantas presentes nos espaços exteriores da Escola e na horta são, na sua maioria ornamentais, mas há cinco que são cultivadas pelos seus frutos. São elas, a feijoa (Feijoa sellowiana), o cafezeiro (Coffea sp.), a anoneira (Annona cherimola), a goiabeira (Psidium guajava) e o abacateiro (Persea americana). Há três plantas que são bonitas ornamentais, mas que apresentam frutos comestíveis e muito apreciados, são elas o jambeiro (Syzygium jambos), a palmeira da geleia (Butia capitata) e a costela-de-adão ou banana-de-macaco (Monstera deliciosa).
No que diz respeito às plantas ornamentais, quase todas plantadas em 1987, destacamos pelo seu porte ou beleza das suas flores ou singularidade das suas folhas as seguintes espécies: a magnólia (Magnolia grandiflora), a América do Norte, o ginco (Ginkgo biloba), da Ásia oriental, a tipuana (Tipuana tipu), da América do Sul, o jacarandá (Jacaranda mimosifolia), da América do Sul e a bela-sombra (Phytolacca dioica), da América do Sul, o eucalipto de flor (Corymbia ficifolia) da Austrália e a acmena (Syzygium ingens) , da Austrália.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 32392, 24 de março de 2021, p.12)
Chamaecyparis obtusa (Sieb. & Zucc.
Endl. ‘Nana’
Ficus superba (Miq.) Miq.
Magnolia figo (Lour.) DC.
Nome comum- Magnólia, Carocha
Abutilon megapotamicum (Spreng.) St. Hil. & Naud.
Nome comum- Lanterna-chinesa
Família- Malvaceae
Origem- Argentina, Brasil e Uruguai
Local- Pico da Pedra
14 de março de 2021
Ruta graveolens L.
Nome comum- Arruda
Família- Rutaceae
Origem- Sul da Europa (Ucrânia, Albânia, Bulgária)
Local- Escola Secundária das Laranjeiras
12 de março de 2021
Ficus lyrata
Portulacaria afra
Família-Portulacaceae
Uma árvore rara na Rua de Santana, em
Ponta Delgada
*Raimundo Quintal e Teófilo Braga
No final do mês de setembro de 2020, fomos
alertados para a construção de um parque de estacionamento na Rua de Santana,
em Ponta Delgada, e estivemos envolvidos num amplo movimento cívico que alertou
a Senhora Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e os cidadãos para a importância
de salvaguardar o património arbóreo existente no local, com destaque para um Ulmeiro
(Ulmus minor), um Jacarandá (Jacaranda mimosifolia), um Dragoeiro
(Dracaena draco subsp. draco), um Salgueiro-chorão (Salix
babylonica), uma Árvore-do-fogo (Brachychiton acerifolius) e um
Alfinheiro (Ligustrum lucidum). Felizmente as seis árvores foram
preservadas e Ponta Delgada ganhou um parque de estacionamento exemplar.
Desde o dia 22 de setembro, enquanto
acompanhávamos as obras no referido parque de estacionamento, passámos a
prestar atenção a uma espécie arbórea localizada no lado contrário e quase no
cimo da referida rua, que até então não tínhamos observado na ilha de São Miguel.
Perante a “descoberta”
colocámos duas questões:
- A que espécie pertence
a desconhecida árvore, debruçada sobre o muro, à frente duma notável Magnólia (Magnolia
grandiflora), ao lado duma vetusta Pitangueira (Eugenia uniflora),
abraçando um pequeno incenseiro (Pittposporum undulatum)?
- Quem a terá introduzido
em São Miguel e plantado no logradouro daquele velho casarão?
A
resposta à primeira questão não foi fácil. A análise das folhas e dos frutos
levou-nos a acreditar que se tratava duma árvore do género Syzygium, uma
prima do Jambeiro (Syzygium jambos), da Acmena (Syzygium ingens)
e do Mirtilo-chorão (Syzygium floribundum), árvores da família Myrtaceae,
presentes nos grandes jardins de Ponta Delgada.
Nada
mais errado! Quando na segunda quinzena de janeiro começaram a aparecer as
flores, logo a primeira hipótese caiu por terra. Aquelas flores não podiam ser
duma espécie da família das Mirtáceas.
Munidos
de bastante informação referente à textura dos ramos, à forma e inserção das
folhas, à morfologia das flores e às características dos frutos desde a sua
formação até ao desprendimento após o processo de maturação, chegámos, após
aturado trabalho de consulta de manuais e sítios na Internet referentes às
floras dos diferentes continentes, à conclusão de estarmos perante uma Olinia
ventosa (L.) Cufod., endémica da África do Sul onde ocorre principalmente
ao longo das regiões costeiras desde a Península do Cabo até ao sul da região
de KwaZulu-Natal.
No
“FIELD GUIDE TO TREES OF SOURTHERN AFRICA” (Braam van Wyk & Piet van Wyk,
1997) encontrámos uma pormenorizada descrição da espécie, que se revelou
fundamental para a identificação da árvore em causa.
Aquando
da edição do precioso guia o género Olinia era o único da família Oliniaceae,
com apenas 10 espécies de árvores e arbustos endémicos do Sul e Este de África.
O género Olinia foi criado em 1799 pelo botânico sueco Carl Peter
Thunberg (1743-1828) em homenagem a outro botânico sueco, Johan Hendrik Olin
(1764-1824).
Em
2009, a família Oliniaceae foi integrada na família Penaeaceae, nativa
da África do Sul, que possui 9 géneros e 29 espécies de árvores e arbustos
perenifólios, com folhas coriáceas (WORLD FLORA ONLINE, A Project of the World
Flora Online Consortium - http://www.worldfloraonline.org/).
De
acordo com Palmer & Pitman (1961), citado em PlantZAfrica.com (http://pza.sanbi.org/olinia-ventosa)
a Olinia ventosa, cujo nome vulgar em inglês é “hard pear” (pera dura),
não frutifica regularmente, chegando a existir um interregno de 5 a 7 anos
entre duas frutificações. Talvez por esta razão a árvore da Rua de Santana, que
no outono – inverno de 2020-2021 produziu abundantes frutos, tenha até agora
passado despercebida.
Atendendo
a que ainda com os frutos a amadurecer já está a produzir inflorescências pouco
vistosas, com flores pequenas de cinco pétalas entre o branco e o verde limão,
vamos estar atentos para verificar se esta nova floração produzirá frutos. Continuaremos,
também, a observar se as flores são procuradas pelas abelhas e outros insetos,
e se algum pássaro come os frutos. Estas observações são importantes para
compreender o comportamento da espécie fora do seu habitat. Na África do Sul a
polinização é feita por insetos e os frutos são apreciados por pássaros, que dispersam
as sementes. Em São Miguel só se conhece este espécime. Queremos perceber
porquê!
Passemos
à segunda questão: Quem a terá introduzido esta árvore em São Miguel e plantado
no logradouro daquele velho casarão?
Consultadas
as listas de espécies de José do Canto, de António Borges e as referidas no Jornal mensal da
"Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense",
“O Agricultor Micaelense”, até ao presente não encontrámos qualquer referência
à espécie mencionada.
Não
nos sendo possível afirmar quem introduziu a espécie em São Miguel, através da
sua localização em terreno adjacente à casa que tem número de porta 74, tudo
leva a crer que a sua chegada a São Miguel poderá ter sido da responsabilidade
de alguém da família Canto.
Com
efeito, a propriedade em questão, de acordo com Bernardo do Canto (1799-1863)
já pertencia à família há talvez dois séculos. Mais recentemente, por escritura feita, em 11 de março de 1922, pelo Notário Raposo de Viveiros, a
casa passou para a posse de Beatriz
do Canto Machado de Faria e Maia (1927-1988), filha de António Cardoso Machado
de Faria e Maia e de sua mulher Maria Ernestina do Canto, esta filha de Ernesto
do Canto (1831-1900). Com o desaparecimento de Beatriz do Canto, cujo nome foi
atribuído ao antigo Parque das Murtas, nas Furnas, a propriedade continua na
família.