sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Triticum aestivum L.

 


Triticum aestivum L.

Nome comum: trigo

Família: Poaceae

Origem: Origem incerta, provavelmente Médio Oriente

Local: Pico da Pedra

25 de dezembro de 2021


Metrosíderos em São Miguel

 


Metrosíderos em São Miguel

 

De nome comum metrosídero ou árvore-de-fogo, a árvore mais emblemática do Campo de São Francisco, em Ponta Delgada, é um Metrosíderos excelsa Sol. ex Gaertn., espécie originária da Nova Zelândia que no local de origem é conhecida por (New Zeland) Christmas Tree.

 

O metrosídero da espécie mencionada, que pode atingir, em média, 20 metros de altura e possuir copas com mais de 30 metros de diâmetro, floresce entre nós nos meses de maio, junho e julho.

 

O metrosídero do Campo de São Francisco, que terá sido plantado por volta de 1870, tendo uma idade aproximada de 150 anos, foi incluído por António Emiliano Costa no início da década de 50 do século passado numa lista de árvores notáveis de São Miguel, publicada no Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores.

 

A 28 de maio de 1965, o metrosídero que vimos referindo foi a primeira árvore a ser classificada nos Açores como sendo de interesse público.

 

O Metrosideros excelsa Sol. ex Gaertn., que nos Açores apenas não existe nas ilhas de Santa Maria e São Jorge, é usado sobretudo com fins ornamentais, em jardins, parques e arruamentos, também tem sido utilizado como sebe viva.

 

Para além do exemplar já referido, talvez menos conhecido do público devido à sua localização, no Jardim do Palácio de Santana, criado em 1851, por José Jácome Correia, existe um de porte notável que possui uma idade aproximada de 170 anos e tem uma altura de 24 metros e uma copa com 37 metros de diâmetro.

 

De acordo declarações do Eng. José António Pacheco, publicadas no suplemento “Fugas” do Jornal Público, no passado dia 20 de março de 2021, o metrosídero do Jardim do Palácio de Santana, para além da sua beleza, está associado a muitos casamentos que ocorrem na ilha de São Miguel. Segundo ele, “quase todos os noivos tiram as fotografas debaixo do metrosídero. Parece quase uma catedral, tem essa mística associada às árvores e as árvores por si estão associadas à ideia de família”.

 

Também é digno de registo o exemplar de Metrosideros excelsa Sol. ex Gaertn. existente no Jardim António Borges, que foi criado por António Borges da Câmara Medeiros em 1858.

 

O agrónomo e arquiteto paisagista António Saraiva, no seu livro “As árvores na cidade”, publicado em 2020, considera que podendo a espécie referida “atingir grande desenvolvimento, e que possui forte sistema radicular, deve-se evitar plantá-la junto a edifícios ou tubos de drenagem”. O mesmo autor, também considera que a espécie não deve ser usada como árvore de arruamento por ter rebentação a baixa altura.

 

Embora para alguns autores, como Virgílio Vieira, Mónica Moura e Luís Silva, o Metrosideros excelsa Sol. ex Gaertn. já seja considerado uma espécie invasora em encostas rochosas, o Decreto Legislativo Regional nº 15/2012/A (Regime jurídico da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade) ainda inclui a espécie, tal como a robusta, na lista das espécies exóticas com interesse para a arborização.

 

Na ilha de São Miguel, para além da espécie referida há outras espécies ou variedades, como o Metrosíderos collina (J.R. Forst. & G. Forst.) A. Gray ‘Tahiti’, existente no Parque Terra Nostra, o Metrosideros excelsa Sol. ex Gaertn.’Variegata’, que existe em São Vicente Ferreira e o Metrosideros umbellata Cav. que pode ser encontrado no Jardim do Palácio de Santana, no Jardim da Universidade dos Açores, no Jardim Botânico José do Canto, no Parque Terra Nostra e no Centro Experimental das Furnas, o Metrosideros robusta A. Cunn que pode ser visto no Parque Terra Nostra e o no mesmo parque também pode ser encontrado o Metrosideros kermadecensis W.R.B.Oliv..

 

Raimundo Quintal, no texto “Árvores monumentais nos jardins, parques e matas de São Miguel-Proposta de classificação”, publicado em 2019, defende a classificação de um exemplar do Metrosideros robusta A. Cunn existente no Parque Terra Nostra e que seja mantida a classificação do Metrosíderos excelsa Sol. ex Gaertn. exustente no Campo de São Francisco e que sejam classificados um exemplar da mesma espécie existente no Jardim António Borges e dois existentes no Jardim do Palácio de Santana.

(Correio dos Açores, 32621, 31 de dezembro de 2021, p.19)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Vicia faba L.

 


Vicia faba L.

Nome comum: fava, faveira

Família: Fabaceae

Origem: Provavelmente originária do Próximo Oriente ou Ásia Menor

Local: Ribeira Seca de Vila Franca do Campo

30 de maio de 2002

Euphorbia cotinifolia L.

 


Euphorbia cotinifolia L.

Nome comum: Árvore-de-cobre

Família: Euphorbiaceae

Origem: México e América do Sul

Local: Jardim da Escola Secundária Antero de Quental

21 de dezembro de 2021

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Egeria densa Planch.

 


Egeria densa Planch.

Nome comum: Elódea

Família: Hydrocharitaceae

Origem: Argentina, Brasil e Uruguai

Local: Jardim da Escola Secundária Antero de Quental

21 de dezembro de 2021

Nota: Espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Arvoredo de Interesse Público na Região Autónoma dos Açores

 



 

Arvoredo de Interesse Público na Região Autónoma dos Açores

 

No passado dia 20 de dezembro, fui ouvido pela Comissão Especializada Permanente de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CAPADS) acerca do Projeto de Decreto Legislativo Regional n.º 37/XII– “Regime jurídico da classificação de arvoredo de interesse público na Região Autónoma dos Açores”, apresentado pelo PS-Partido Socialista e do Projeto de Decreto Legislativo Regional n.º 38/XII– “Regime Jurídico de Classificação do Arvoredo de Interesse Público na Região Autónoma dos Açores”, apresentado pelo PSD-Partido Social Democrata, pelo CDS-PP-Centro Democrático Social, pelo PPM-Partido Popular Monárquico e pelo PAN- Partido Pessoas-Animais-Natureza.

 

Os projetos referidos surgem na sequência da petição “Pela Classificação de árvores notáveis nos Açores” que, depois de lançada a 21 de março de 2019, viu o relatório da Comissão que o analisou ser debatido em Plenário da ALRA a 12 de dezembro do mesmo ano.

 

Numa análise global, verifica-se que não há diferenças de fundo entre os dois projetos pelo que defendi que os mesmos deveriam aprovados, depois de serem fundidos num só. Esta solução já havia sido acordada pelos partidos envolvidos no assunto.

 

No que diz respeito às definições de alguns conceitos enquanto que o segundo apresenta 7, o primeiro fica-se pelas 5, apresentando a definição de “arvoredo” mais completa.

 

Apreciei o conjunto de princípios que são apresentados no segundo projeto. Destaco os seguintes:

- A valoração de material vegetal é observada com recurso ao método Norma Granada.

- Os tratamentos fitossanitários e as demais operações e intervenções a realizar no arvoredo classificado ou em vias de classificação são executadas por técnicos com formação certificada em arboricultura.

- Não é permitida a afixação de placas ou sinais no arvoredo classificado ou em vias de classificação.

 

Relativamente aos critérios gerais de classificação do arvoredo, enquanto que o primeiro projeto transcreve os que existem a nível nacional, o segundo faz algumas alterações que para mim poderão ser confusas ou mesmo repetitivas. Assim, qual a diferença entre idade e longevidade ou entre porte e dados dendrométricos?

 

Sobre esta última questão na legislação nacional o Critério Geral do Porte é apreciado pelo Parâmetro Monumentalidade corresponde a exemplares que apresentam grandes dimensões, no contexto da sua espécie, nos subparâmetros dendrométricos:  altura total (AT), perímetro do tronco na base (PB), perímetro do tronco à altura do peito (PAP) e diâmetro médio da copa (DMC).

 

As grandes diferenças apresentadas são em relação à classificação/desclassificação do arvoredo. Assim, enquanto no primeiro projeto são os responsáveis pelos departamentos governamentais com competência em matéria de ambiente e florestas quem classifica, na segunda a responsabilidade é atribuída à Direção Regional do Ambiente e das Alterações Climáticas em conjunto com a Direção Regional da Cultura. No que diz respeito à desclassificação para o primeiro projeto são as mesmas entidades, no segundo a competência é atribuída apenas à Direção Regional do Ambiente.

 

No que diz respeito ao assunto referido no período anterior, a minha opinião é a de que a competência para classificar ou desclassificar deverá ser atribuída aos departamentos governamentais com competência em matéria de ambiente e florestas, sendo sempre auscultado o departamento governamental com competência em matéria de cultura sempre que o ou os critérios para classificação ou desclassificação disserem respeito a parâmetros culturais.

 

Outra diferença entre as duas propostas diz respeito às contraordenações. Assim, os valores apresentados no segundo projeto são a metade dos propostos no primeiro. Não vou tomar partido por nenhum, mas espero que os montantes que vieram a ser aprovados sejam tais que façam com que o “crime” não compense.

 

Faço votos para que a legislação seja aprovada o mais depressa possível e que, dentro dos prazos estabelecidos se proceda à revisão das classificações anteriormente realizadas e se procedam a novas classificações.

 

(Correio dos Açores, 32614, 22 de dezembro de 2021, p.12)

 


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns

 


Euphorbia umbellata (Pax) Bruyns

Nome comum: Sinadénio

Família: Euphorbiaceae

Origem: África Ocidental Tropical

Local: Bairro Arcanjo Lar (Ponta Delgada)

16 de dezembro de 2021

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Quercus em São Miguel

 


Quercus em São Miguel

 

O texto que, hoje, proponho aos leitores do Correio dos Açores não é sobre uma Organização Não-Governamental de Ambiente de âmbito nacional que no passado possuiu um núcleo muito ativo na ilha de São Miguel, a Quercus, que deve o seu nome “por ser essa a designação comum em latim atribuída aos Carvalhos, às Azinheiras e aos Sobreiros, árvores características dos ecossistemas florestais mais evoluídos que cobriam o nosso país e de que restam, atualmente, apenas relíquias muito degradadas.” Não pretendendo ser exaustivo, nesta nota apenas farei referência a algumas espécies do género Quercus existentes na ilha de São Miguel e a alguns locais onde podem ser encontradas.

 

Antes de entrar propriamente no assunto, menciono duas árvores já desaparecidas que marcaram a minha infância, na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo: o carvalho do senhor Arcádio Teixeira e o sobreiro da Granja.

 

O carvalho do senhor Teixeira, que era da espécie Quercus pyrenaica caiu em 1970 e não terá deixado descendentes na nossa ilha e o sobreiro (Quercus suber) da Granja, que visitei quando frequentava a escola primária, entre 1964 e 1968, desapareceu sem deixar rasto.

 

Hoje, é possível encontrar sobreiros, originários do Sul da Europa e do Norte de África, no Jardim António Borges, no Jardim José do Canto e no Parque Terra Nostra.

 

A azinheira (Quercus rotundifolia), oriunda do Sul da Península Ibérica e do Norte de África, pode ser encontrada nos espaços ajardinados da Casa de Saúde de São João de Deus, no Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz, na Mata Jardim José do Canto e no Jardim Padre Fernando Gomes.

 

O Quercus rubra, carvalho-vermelho-norte-americano, que tal como o nome comum indica é oriundo da América do Norte, pode ser visto no Jardim António Borges, no Parque Terra Nostra e no Parque Dona Beatriz do Canto.

 

O Quercus robur, carvalho-roble ou carvalho-alvarinho, é europeu e pode ser visto no Jardim José do Canto, no Jardim da Universidade dos Açores, no Jardim do Palácio de Santana, no Pinhal da Paz, no Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz do Canto e na Mata Jardim José do Canto.

 

O Quercus nigra, carvalho-aquático, que veio do Sudeste dos Estados Unidos da América, pode ser encontrado no Jardim José do Canto, na Mata Jardim José do Canto, no Jardim do Palácio de Santana, no pinhal da Paz e no Parque Terra Nostra.

 

O Quercus acutissima, que é originário do Este da Ásia (China, Japão e Coreia) pode ser visto no Jardim José do Canto.

 

O carvalho-dos-pântanos (Quercus palustris), do Este dos EUA e do Sudeste do Canadá, pode ser encontrado no Jardim da Universidade dos Açores, no Parque Terra Nostra, no Viveiro Florestal das Furnas, no Parque Beatriz do Canto e na Mata Jardim José do Canto.

 

O carvalho-salgueiro (Quercus phellos), originário dos Sul dos EUA, existe no Parque Terra Nostra.

 

O Quercus x hispanica do Sul da Europa pode ser visto no Jardim José do Canto.

 

O geógrafo Raimundo Quintal, especialista em fitogeografia, no seu texto “Árvores monumentais nos jardins, parques e matas de São Miguel- Proposta de classificação”, publicado em 2019, sugere a classificação de dois exemplares de Quercus rotundifólia, um existente na Mata Jardim José do Canto, nas Furnas, e outro no Jardim Botânico José do Canto.

 

Teófilo Braga

 

(Correio dos Açores, 32603, 8 de dezembro de 2021, p. 14)