quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Quercus em São Miguel

 


Quercus em São Miguel

 

O texto que, hoje, proponho aos leitores do Correio dos Açores não é sobre uma Organização Não-Governamental de Ambiente de âmbito nacional que no passado possuiu um núcleo muito ativo na ilha de São Miguel, a Quercus, que deve o seu nome “por ser essa a designação comum em latim atribuída aos Carvalhos, às Azinheiras e aos Sobreiros, árvores características dos ecossistemas florestais mais evoluídos que cobriam o nosso país e de que restam, atualmente, apenas relíquias muito degradadas.” Não pretendendo ser exaustivo, nesta nota apenas farei referência a algumas espécies do género Quercus existentes na ilha de São Miguel e a alguns locais onde podem ser encontradas.

 

Antes de entrar propriamente no assunto, menciono duas árvores já desaparecidas que marcaram a minha infância, na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo: o carvalho do senhor Arcádio Teixeira e o sobreiro da Granja.

 

O carvalho do senhor Teixeira, que era da espécie Quercus pyrenaica caiu em 1970 e não terá deixado descendentes na nossa ilha e o sobreiro (Quercus suber) da Granja, que visitei quando frequentava a escola primária, entre 1964 e 1968, desapareceu sem deixar rasto.

 

Hoje, é possível encontrar sobreiros, originários do Sul da Europa e do Norte de África, no Jardim António Borges, no Jardim José do Canto e no Parque Terra Nostra.

 

A azinheira (Quercus rotundifolia), oriunda do Sul da Península Ibérica e do Norte de África, pode ser encontrada nos espaços ajardinados da Casa de Saúde de São João de Deus, no Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz, na Mata Jardim José do Canto e no Jardim Padre Fernando Gomes.

 

O Quercus rubra, carvalho-vermelho-norte-americano, que tal como o nome comum indica é oriundo da América do Norte, pode ser visto no Jardim António Borges, no Parque Terra Nostra e no Parque Dona Beatriz do Canto.

 

O Quercus robur, carvalho-roble ou carvalho-alvarinho, é europeu e pode ser visto no Jardim José do Canto, no Jardim da Universidade dos Açores, no Jardim do Palácio de Santana, no Pinhal da Paz, no Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz do Canto e na Mata Jardim José do Canto.

 

O Quercus nigra, carvalho-aquático, que veio do Sudeste dos Estados Unidos da América, pode ser encontrado no Jardim José do Canto, na Mata Jardim José do Canto, no Jardim do Palácio de Santana, no pinhal da Paz e no Parque Terra Nostra.

 

O Quercus acutissima, que é originário do Este da Ásia (China, Japão e Coreia) pode ser visto no Jardim José do Canto.

 

O carvalho-dos-pântanos (Quercus palustris), do Este dos EUA e do Sudeste do Canadá, pode ser encontrado no Jardim da Universidade dos Açores, no Parque Terra Nostra, no Viveiro Florestal das Furnas, no Parque Beatriz do Canto e na Mata Jardim José do Canto.

 

O carvalho-salgueiro (Quercus phellos), originário dos Sul dos EUA, existe no Parque Terra Nostra.

 

O Quercus x hispanica do Sul da Europa pode ser visto no Jardim José do Canto.

 

O geógrafo Raimundo Quintal, especialista em fitogeografia, no seu texto “Árvores monumentais nos jardins, parques e matas de São Miguel- Proposta de classificação”, publicado em 2019, sugere a classificação de dois exemplares de Quercus rotundifólia, um existente na Mata Jardim José do Canto, nas Furnas, e outro no Jardim Botânico José do Canto.

 

Teófilo Braga

 

(Correio dos Açores, 32603, 8 de dezembro de 2021, p. 14)

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