Quercus em
São Miguel
O
texto que, hoje, proponho aos leitores do Correio dos Açores não é sobre uma
Organização Não-Governamental de Ambiente de âmbito nacional que no passado
possuiu um núcleo muito ativo na ilha de São Miguel, a Quercus, que deve o seu
nome “por ser essa a designação comum em latim atribuída aos Carvalhos, às Azinheiras
e aos Sobreiros, árvores características dos ecossistemas florestais mais
evoluídos que cobriam o nosso país e de que restam, atualmente, apenas
relíquias muito degradadas.” Não pretendendo ser exaustivo, nesta nota apenas
farei referência a algumas espécies do género Quercus existentes na ilha de São
Miguel e a alguns locais onde podem ser encontradas.
Antes de entrar
propriamente no assunto, menciono duas árvores já desaparecidas que marcaram a
minha infância, na Ribeira Seca de Vila Franca do Campo: o carvalho do senhor
Arcádio Teixeira e o sobreiro da Granja.
O carvalho do senhor
Teixeira, que era da espécie Quercus pyrenaica caiu em 1970 e não terá
deixado descendentes na nossa ilha e o sobreiro (Quercus suber) da
Granja, que visitei quando frequentava a escola primária, entre 1964 e 1968,
desapareceu sem deixar rasto.
Hoje, é possível
encontrar sobreiros, originários do Sul da Europa e do Norte de África, no
Jardim António Borges, no Jardim José do Canto e no Parque Terra Nostra.
A azinheira (Quercus
rotundifolia), oriunda do Sul da Península Ibérica e do Norte de África, pode
ser encontrada nos espaços ajardinados da Casa de Saúde de São João de Deus, no
Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz, na Mata Jardim José do Canto e no
Jardim Padre Fernando Gomes.
O Quercus rubra, carvalho-vermelho-norte-americano,
que tal como o nome comum indica é oriundo da América do Norte, pode ser visto
no Jardim António Borges, no Parque Terra Nostra e no Parque Dona Beatriz do
Canto.
O Quercus robur,
carvalho-roble ou carvalho-alvarinho, é europeu e pode ser visto no Jardim José
do Canto, no Jardim da Universidade dos Açores, no Jardim do Palácio de
Santana, no Pinhal da Paz, no Parque Terra Nostra, no Parque Dona Beatriz do
Canto e na Mata Jardim José do Canto.
O Quercus nigra,
carvalho-aquático, que veio do Sudeste dos Estados Unidos da América, pode ser
encontrado no Jardim José do Canto, na Mata Jardim José do Canto, no Jardim do
Palácio de Santana, no pinhal da Paz e no Parque Terra Nostra.
O Quercus acutissima,
que é originário do Este da Ásia (China, Japão e Coreia) pode ser visto no
Jardim José do Canto.
O carvalho-dos-pântanos
(Quercus palustris), do Este dos EUA e do Sudeste do Canadá, pode ser
encontrado no Jardim da Universidade dos Açores, no Parque Terra Nostra, no
Viveiro Florestal das Furnas, no Parque Beatriz do Canto e na Mata Jardim José
do Canto.
O carvalho-salgueiro (Quercus
phellos), originário dos Sul dos EUA, existe no Parque Terra Nostra.
O Quercus x hispanica
do Sul da Europa pode ser visto no Jardim José do Canto.
O geógrafo Raimundo
Quintal, especialista em fitogeografia, no seu texto “Árvores monumentais nos
jardins, parques e matas de São Miguel- Proposta de classificação”, publicado
em 2019, sugere a classificação de dois exemplares de Quercus rotundifólia,
um existente na Mata Jardim José do Canto, nas Furnas, e outro no Jardim
Botânico José do Canto.
Teófilo
Braga
(Correio
dos Açores, 32603, 8 de dezembro de 2021, p. 14)
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