terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Picea pungens Engelm.


Picea pungens Engelm.
Nome comum: Picea azul, abeto azul do Colorado
Família: Pinaceae
Distribuição geográfica: América do Norte
Local: Ponta Delgada
23 de novembro de 2019

Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl.


Billbergia pyramidalis (Sims) Lindl.
Nome comum: Bromélia
Famíla: Bromeliaceae
Distribuição geográfica: América do Sul
Local: Ribeira Seca de Vila Franca do Campo
16 de julho de 2018

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Helichrysum petiolare Hilliard et B. L. Burtt


Helichrysum petiolare Hilliard et B. L. Burtt
Nome comum: Gnafálio, Sempre-noiva-das-floristas
Famíla: Asteraceae
Distribuição geográfica: África do Sul
Local: Pico da Pedra
24 de junho de 2019

domingo, 29 de dezembro de 2019

Fraxinus ornus L.


Fraxinus ornus L.
Nome comum: Freixo-das-flores
Família: Oleaceae
Distribuição geográfica: Sul da Europa até Ásia Menor
Local: Estrada da Ribeira Grande
29 de maio de 1919

Syzygium paniculatum Gaertn.


Syzygium paniculatum Gaertn.
Nome comum: Mirtilo-magenta
Família: Myrtaceae
Origem: Austrália
Local: Ribeira Seca de Vila Franca do Campo
22 de agosto de 2019

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Pinheiros



Pinheiros

O meu último texto publicado no Correio dos Açores sobre a criptoméria, que considerei como sendo a planta mais utilizada como árvore de Natal, nos Açores, suscitou por parte de alguns leitores amigos alguns comentários, mencionando que nas suas casas, no passado usavam pinheiros.

Como me pediram algumas informações sobre os pinheiros, o texto de hoje é a eles dedicado.

O pinheiro terá sido uma das primeiras árvores introduzidas pelos povoadores na ilha de São Miguel. A propósito daquela árvore, o cronista Gaspar Frutuoso, no livro IV das Saudades da Terra, ao descrever a freguesia de São Roque escreveu o seguinte: “…porque tem um rico e grande pomar, com cento e sete grandes laranjeiras, todas arruadas por boa ordem, e um pinheiro de grande sombra e muitos limoeiros…”

Ainda sobre a introdução de pinheiros, há a registar o facto do capitão donatário Manuel da Câmara ter trazido de Lisboa, em 1553, sementes de pinheiros e que a sua cultura foi intensificada pelos padres da Companhia de Jesus que, por volta de 1750, fizeram grandes plantações nas Furnas, com grande sucesso, pois os mesmos foram cortados cerca de 40 anos depois, e no Charco da Madeira, que foram quase todos destruídos por um furacão ocorrido em 1779.

Outro facto relacionado com os pinheiros e que mostra o espírito empreendedor existente no século XIX foi a tentativa de aproveitar a sua resina. Estiveram envolvidos no projeto, por ordem decrescente das quotas que correspondiam à área de pinheiros: José do Canto (27%), José Jácome Correia (20%), Ernesto do Canto (20%), Barão da Fonte Bela (10%), Barão da Fonte Bela (Jacinto) (10%), Clemente Joaquim da Costa (8%) e Caetano de Andrade Albuquerque (5%). Embora com alguns resultados positivos em termos de extração da resina, o projeto foi abandonado, pois não compensava do ponto de vista económico.

Para além dos mencionados, entre outros, empenharam-se, no século XIX, na plantação de pinheiros bravos, Francisco Jerónimo Pacheco de Castro que os mandou plantar nas Furnas e José Pacheco de Castro que fez plantações na Gorreana e na Lagoa do Congro.

Outra nota curiosa, descrita por Carreiro da Costa, no primeiro volume do livro “Etnologia dos Açores” está relacionada com a utilização da resina numa festa realizada em Ponta Delgada. Segundo o autor citado, “em 1894, quando foi festejada, em São Miguel, a ligação do cabo submarino entre a Europa e a América, via Açores, a doca de Ponta Delgada foi toda iluminada com barricas de resina de pinheiro, extraídas das matas do Lameiro, pertencentes a José Jácome Correia”.

O género Pinus apresenta pouco mais de 100 espécies identificadas, sendo que nos Açores as mais abundantes são o pinheiro-bravo (Pinus pinaster) que já se encontra naturalizado e o pinheiro-manso (Pinus pinea).

Nativo da região Mediterrânica o pinheiro-bravo, segundo os autores do livro “Árvores de Portugal e Europa”, editado, em 1992, pelo FAPAS- Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens, atualmente é cultivado “até à Grécia a E e atinge as costas atlânticas de França e de Portugal onde constitui a principal espécie florestal”.

Isabel Nogueira, no livro “Iconographia Selecta Florae Azoricae”, publicado pela Secretaria Regional da Cultura em 1988, depois de referir a importância da sua madeira para o fabrico de mobiliário, caixotes, aglomerados, etc., menciona a utilização na medicina. Segundo ela, “as gemas foliares postas de infusão e fervidas depois em água bastante açucarada produzem um bom xarope (xarope de seiva de pinheiro) que é utilizado na cura de catarros e bronquite”.

O pinheiro- manso, também originário da mesma região, por seu turno pode ser encontrado quer no Sul da Europa quer a Oeste da Ásia. É uma espécie muito cultivada devido às várias utilizações da sua madeira, por ser uma bonita ornamental e pelo pinhão que é comestível.

Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 32014, 27 de dezembro de 2019, p.19)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Carissa macrocarpa (Eckl.) A.DC.




Carissa macrocarpa (Eckl.) A.DC.
Nome comum: Ameixa-de-Natal
Família: Apocynaceae
Origem: Originário do S da África
Local: Jardim António Borges
11 de dezembro de 2019

Sobre a criptoméria, a árvore de Natal dos Açores


Sobre a criptoméria, a árvore de Natal dos Açores

A planta mais utilizada como árvore de Natal nos Açores será a criptoméria (Criptomeria japonica) que é conhecida, também, pelos seguintes nomes vulgares: Clica, Cricomé, Titomé, Clipa.

A criptoméria é originária do Japão, onde para além de espontânea é cultivada, sendo uma das principais árvores produtoras de madeira daquele país e onde, também, é muito usada como ornamental em jardins, bosquetes e alamedas. A. Fernandes, no livro “Iconographia Selecta Florae Azorica”, publicado em 1983, faz referência a uma avenida “plantada por um padre, OGO SHONIN, há cerca de 650 anos (717 se nos referirmos à data actual)”, com mais de 1 milha de comprimento e com árvores com uma altura que varia entre os 38,4 m e os 57,6 m.

A introdução da criptoméria nos Açores terá ocorrido em meados do século XIX numa altura em que escasseava a madeira para as caixas usadas na exportação da laranja e depois para a do ananás.

Nos Açores, nomeadamente na ilha de São Miguel a área plantada de criptoméria tem variado ao longo dos tempos. Em 1934, o engenheiro silvicultor, Gonçalo Estrela Rego estimava que em São Miguel a mesma ocupava uma área de 1327,26 hectares o que correspondia a 29,45 % da área florestal da ilha.

Depois do relatório de Estrela Rego, na ilha de São Miguel assistiu-se a uma plantação intensiva, em regime de monocultura de criptoméria, de tal modo que hoje a criptoméria é a espécie florestal mais abundante, destronando o pinheiro bravo que era a espécie que ocupava maior área, segundo um inquérito florestal de 1932-1933. No final do século passado a criptoméria ocupava a área de 10 600 hectares, o que correspondia a 69% da área de matas de São Miguel.

A madeira de criptoméria é muito usada na construção civil e a espécie foi muito usada como cortina de abrigo em zonas de pastagem e em estradas de altitude.

De acordo com A. Fernandes, já mencionado, o género Criptomeria, cujo “nome deriva das palavras gregas Kryptos, escondido, e meroe, partes” possui apenas uma espécie, existindo várias variedades.

Uma cultivar muito bonito e que é usado sobretudo como planta ornamental é o “Elegans” que dá origem a árvores mais pequenas, com altura que varia entre os 5 e os 10 metros.

Esta cultivar que surgiu no Japão em meados do século XIX, foi importada para a Europa em 1854 pelo inglês Thomas Lobb, não se sabendo quem a trouxe para os Açores.

Conheço há muitos anos uma sebe de criptoméria elegante numa pastagem existente nas Lombas, na freguesia da Ribeira das Tainhas, no concelho de Vila Franca do Campo. Os interessados em conhecer a planta também a podem encontrar num caminho existentes nas plantações de chá da Fábrica de Chá da Gorreana e no Parque Beatriz do Canto, nas Furnas.

Como não há bela sem senão, a plantação de grandes áreas de criptoméria para além de transformar a paisagem das diversas ilhas dos Açores colocou em risco várias espécies endémicas. Sobre esta questão, o botânico sueco Erik Sjögren no seu livro Plantas e Flores dos Açores, publicado em 2001, escreveu o seguinte: “Apenas algumas plantas da laurissilva conseguem sobreviver debaixo do forte ensombramento dos povoamentos adultos de Cryptomeria e sobre a camada espessa de folhas e ramos, que se deposita sobre o solo e impede a colonização da maioria das plantas….O corte da floresta nativa para plantação de Cryptomeria é uma forte ameaça à sobrevivência da floresta endémica da zona-de-nuvens, que pertence ao mais valioso tipo de florestas, com características de relíquia do mundo”.

Teófilo Braga

(Correio dos Açores, 32008, 18 de dezembro de 2019, p.14)

domingo, 8 de dezembro de 2019